O que te separa da sua taça ?
O que só você percebe ?
Qual a sensação que te assusta e impede a sua harmonização ?
O seu vinho não reclama, mas também não cede.
Não flutua, mas também não gira sozinho.
Não aceita, mas toma tudo que você não tem.
Tenha medo de não ter medo.
Perca a esperança, quando sua solidão não puder ser egoísta.
Mas não adianta fugir de si próprio, mesmo que seu mundo seja um beco sem saída.
Não é a taça que te separa do vinho que te pertence, é você.
Talvez seja essa a parte mais difícil : fazer o que não pode ser feito, quando não deve ser feito e antes que o desconhecido faça.
E quando, as lágrimas da sua quase fé, estiverem correndo feito pernas apressadas, o buquê evoluído parecerá de plástico inerte.
Recolher o vinho derramado é possível sim, desde que o cálice não tenha deixado um pedaço no chão.
Nesse caso, nem a Videira chorará por ti.